ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
algumas considerações (compilação de textos)
arq.: Claudio Lorenzetti
De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é uma das que mais tem impacto no meio ambiente. No Brasil aproximadamente 40% da extração de recursos naturais têm como destino a indústria da construção. Fora isso, 50% da energia gerada são para abastecer o funcionamento das edificações e 50% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e de demolições.
Um exemplo disso vem de que quase toda água que entra em nossas casas, sai sem ser reaproveitada e ainda, levando consigo algum tipo de poluente. Essa água segue o caminho e geralmente acaba indo para os córregos ou rios, isto porque, somente 75% da população brasileira têm coleta de esgoto em casa, e desse número apenas 32% do esgoto recebe tratamento.
Um exemplo disso vem de que quase toda água que entra em nossas casas, sai sem ser reaproveitada e ainda, levando consigo algum tipo de poluente. Essa água segue o caminho e geralmente acaba indo para os córregos ou rios, isto porque, somente 75% da população brasileira têm coleta de esgoto em casa, e desse número apenas 32% do esgoto recebe tratamento.
A certificação para as construções sustentáveis pode ser obtida por meio de algumas entidades que criaram métodos e sistemas de base que estudam e avaliam o impacto de projeto, construção e operação dos edifícios. As mais comuns são:
- BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)
- LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
Ambas possuem métodos simplificados, facilmente formatados para serem utilizados pelo mercado e projetistas e vinculam o desempenho em formas de checklists, na qual a somatória de itens cumpridos eleva a categoria na qual o projeto se encontra. A primeira, britânica, é pioneira e serviu de base para as outras certificadoras. A segunda, de origem norte americana, foi desenvolvida pela ONG United States Green Building Council e é a mais popular, já utilizada em alguns projetos brasileiros.
A arquitetura sustentável deve, fundamentalmente, levar em conta o espaço na qual será implantada. Os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, topográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será.
A construção sustentável prevê algumas diretrizes para o edifício se tornar auto-suficiente. Quanto mais um edifício puder prover sua própria energia, água e tratar seus resíduos estarão contribuindo para um contexto de menos desperdício e racionalidade.
Para projetar um edifício com máxima eficiência devem-se focar os conceitos de modo a consumir pouquíssima energia, para garantir as condições de conforto térmico no seu interior, no inverno e no verão com amplas superfícies envidraçadas, proteções solares para o verão, bom isolamento térmico das paredes e vidros de qualidade e revestimento otimizado.
O edifício deverá ser projetado para oferecer a todos os empregados uma visão do exterior (integração natural), além do uso da luz e ventilação naturais. Devemos optar pelo emprego de grandes janelas de vidro, de baixa emissividade, e espaços isolados onde o uso de vidros duplos poderá ter seus espaços preenchidos por gás argônio.
A opção pela automação predial e residencial costuma conferir reduções no consumo de energia se bem usados. Um dos aspectos mais viáveis dessa tecnologia são os sensores de presença, geralmente usados em áreas externas, ligam e desligam luzes quando a alguém no local. Evita que lâmpadas fiquem ligadas horas ou noites inteiras sem necessidade. Muito usadas em frente de portões e guaritas, áreas de lazer, halls de entrada e garagens, os sensores de presença já são utilizados em ambientes internos conectados também aos aparelhos eletrônicos, evitando que estes fiquem ligados por muito tempo sem o real uso de alguém. As economias de energia são maximizadas pelo uso de instalações de voltagens mais baixas, tais como lâmpadas de alta eficiência e fluorescentes compactas controladas por sensores de ocupação e de luz natural.
Uma maneira de se aproveitar a energia solar em um edifício é fazer com que o sol seja uma fonte para alimentar sistemas de automação, eletro-eletrônicos ou equipamentos de médio uso, estes sistemas de captação contam com baterias e armazenam a energia. Funcionam através de placas fotovoltaicas, localizadas em algum lugar do edifício onde haja maior incidência da luz solar, geralmente nas partes mais altas (telhados e coberturas). Como o sistema acima, a energia solar pode ser usada também com grande eficácia no aquecimento da água de um edifício. Estes sistemas são parecidos, têm os mesmos princípios de colocação e absorção, mas neste caso as placas coletoras recebem um fluxo de água, ligadas ao sistema de abastecimento da construção. Esta tecnologia pode ser usada para compor o sistema de aquecimento de água e contam com a vantagem de reduzirem o consumo de energia externa.
A utilização de clarabóias acima das escadas e corredores deve permitir que cada cômodo receba a luz natural (se possível de varias direções) optando-se pelo uso de divisórias interiores de vidro para áreas comuns e locais de trabalho.
A água da chuva deverá ser captada no telhado e dirigida, por um dreno, a um tanque subterrâneo de armazenagem. Esta água não-potável será usada para a descarga nos
banheiros. A água de chuva será complementada, no verão, pela água do condensado do sistema de ar condicionado.
Algumas sugestões de utilização de técnicas para construções auto-sustentáveis:
- Captação de energia elétrica através do uso da luz solar por meio de placas fotovoltaicas.
- Coletores solares para aquecimento de água.
- Coleta de água de chuva com cisterna para armazenamento e tratamento para reuso em sanitários e rega de hortas.
- Cobertura verde para redução do calor refletido/absorvido.
- Uso de automação para iluminação em conjunto com emprego de lâmpadas de baixo consumo e alta eficiência no pacote de luz bem como nos aparelhos eletroeletrônicos.
- Uso de aparelhos sanitários de baixo consumo, emprego de metais, válvulas e torneiras de fluxo controlável.
- Abertura através do uso de claraboias, chedes, lanternins e brises de forma a oferecer ao espaço interno um melhor aproveitamento da luz natural e integração com o espaço externo.
- Áreas externas permeáveis e vegetadas (arvores), objetivando sombreamento durante o verão.
- Uso de pisos permeáveis na circulação externa.
- Uso de revestimentos ecologicamente corretos e de máxima eficiência energética.
- Uso de madeiras de reflorestamento ou recicladas.
-Mini estação de tratamento de efluentes bem como espaço para armazenamento de lixo reciclável.
Uma construção sustentável prevê que os materiais usados:
- Dêem preferência para os que venham de locais próximos.
- Sejam sintéticos, naturais e ou transformados, devem ser produzidos para ser usados até o fim da vida útil. Adequados para a reciclagem, reuso e reutilização.
- Prima por aquele material composto de substâncias não tóxicas, não nocivas e benéficas na decomposição.
- Tenham sido feitos sem agredir o meio e ou deturpar as ordens sócias e culturais, economicamente vantajoso ao lugar e região na qual é produzido.
- Sejam materiais de ordem naturais, porém renováveis. Utilizados e mantidos para o uso das sociedades que ainda estão por vir.
- Criem condições para novos padrões sustentáveis de consumo e sejam eficientes.
- Não sejam transgênicos.
- Não poluam o meio na qual é utilizado.
- Se bem usados, colaborem para o fim das devastações ambientais.
Os produtos e equipamentos utilizados nesses tipos de edificação devem conter os mesmos conceitos dos materiais acima, sejam eles industrializados, artesanais ou manufaturados. Ou seja, devem:
- Propiciar o reuso de suas partes.
- Gerar sua própria energia sem produzir resíduos ou funcionar, através de alguma fonte de energia sustentável.
- Aliar suas funções eficientemente com as condições naturais do lugar na qual é usado.
Exemplos de materiais que poderão ser utilizados:
- Fibras vegetais.
- Óleos vegetais.
- Solo Cimento.
- Concreto reciclado.
- Madeiras alternativas.
- Madeiras de reflorestamento e Certificadas.
- Adobe.
- Tintas naturais.
- Telhas “ecológicas”.
- Lâmpadas de alta eficiência energética.
- Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos.
- Piso intertravado.
Não obstante, uma obra sustentável deve considerar três aspectos fundamentais relacionados aos Resíduos Sólidos, são eles:
- Reduzir:
- Reutilizar:
- Reciclar:
Adotando-se um Plano de Gerenciamento de Resíduos na obra, conseguimos viabilizar entre outras coisas um fluxo de compra e entrega de materiais conforme o cronograma de execução das diversas etapas da construção, eliminando assim a necessidade de grandes estoques e por fim eliminando-se diretamente o desperdício. Considerar a importância da separação dos diversos resíduos sólidos, conforme sua classificação, para posterior destinação para reciclagem ou o reuso na obra como substrato para compactação de solo e ou uso para drenagem da pavimentação. Uma vez havendo a classificação dos resíduos e sua estocagem em espaços pré definidos, destinar o que for sujeito a reciclagem ou à logística reversa. O canteiro deve refletir o conceito de sustentabilidade que se espera da obra finalizada, assim toda a água da chuva coletada (não potável) deve ser estocada para uso. Optar por uso de sanitários químicos durante a obra. Contratar mão de obra e materiais da região evita-se maior demanda em transporte ou estadia.
Podemos classificar os Resíduos da Construção Civil (RCC) em:
Classe A - Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tijolos, blocos, telhas, argamassa, concretas e derivadas de alvenaria de demolição.
Classe B - Resíduos reutilizáveis ou recicláveis para outras destinações como plásticos, papelão, papel, metais, vidros, madeiras e outros.
Classe C - Resíduos reutilizáveis ou recicláveis com tecnologia de aplicação econômica tais como produtos fabricados com gesso.
Classe D - Resíduos reutilizáveis ou recicláveis perigosos oriundos do processo da construção tais como: tintas, solventes, óleos, amianto e outros inclusive materiais contaminados.
Destinação dos RCC conforme sua especificação:
RCC |
Materiais Classificação Destinação |
Aço de construção B Reciclagem/Venda |
Alumínio B Reciclagem/Venda |
Arame B Reciclagem/Venda |
Areia A Reaproveitamento |
Argamassa endurecida A Usina de reciclagem SLU |
Asfalto a quente B Reaproveitamento |
Bloco de concreto celular A Usina de reciclagem SLU |
Bloco de concreto comum A Usina de reciclagem SLU |
Brita contaminada A Usina de reciclagem SLU |
Cabo de aço B Reciclagem/Venda |
Carpete B Aterro sanitário |
Cerâmica A Usina de reciclagem SLU |
Concreto armado A Usina de reciclagem SLU |
Concreto endurecido A Usina de reciclagem SLU |
Embalagens contaminadas cimento B Reciclagem/Venda |
Embalagens diversas (colas ) D Reciclagem/Venda |
Efluente, lodo de limpeza de fossa D Rede publica/Coleta seletiva |
Fios ou cabos de alumínio B Reciclagem/Venda |
Fios ou cabos de cobre B Reciclagem/Venda |
Gesso C Aterro sanitário específico |
Gesso acartonado C Aterro sanitário específico |
Lâmina de melamínico C Aterro sanitário específico |
Lataria contaminada D Aterro sanitário específico |
Louça A Aterro sanitário/Venda |
Madeira compensada B Reciclagem/Fornos |
Madeira serrada B Reciclagem/Venda |
Mangote de vibrador B Doação/Venda |
Manta asfáltica C Aterro sanitário específico |
Manta de lã de vidro C Aterro sanitário específico |
Material de escavação aproveitável A Aterro de inertes |
Material orgânico - Aterro sanitário |
Papel e papelão B Reciclagem/Venda |
Peças de fibra de nylon C Aterro sanitário específico |
Peças de fibrocimento D Aterro sanitário |
Pedras diversas A Aterro sanitário/Venda |
Perfis metálicos ou metalon B Reciclagem/Venda |
Plásticos contaminados com argamassa B Aterro sanitário específico |
Plásticos em geral B Reciclagem/Venda |
Pregos B Reciclagem/Venda |
PVC B Reciclagem/Venda |
Resíduos cerâmicos B Usina de reciclagem SLU |
Resto de alimentos A Aterro sanitário |
Rolo, pincel, trinchas D Aterro sanitário específico |
Sobra de demolição agregados B Usina de reciclagem SLU |
Solo orgânico ou vegetação A Aterro/SLU |
Telas galvanizadas e telas de nylon B Usina de reciclagem SLU |
Telha, bloco ou tijolo cerâmico A Usina de reciclagem SLU |
Tintas a base de água D Aterro sanitário |
Tintas a base de solventes D Aterro sanitário específico |
Vidro B Reciclagem/Venda |
Por fim alem de uma obra mais sustentável podemos citar outras vantagens:
- diminuição do custo de produção.
- diminuição da quantidade de recursos naturais e energia a serem gastos.
- diminuição da contaminação do meio ambiente
- diminuição dos gastos com gestão dos resíduos.
Esta abordagem sobre edificações e obras sustentáveis procura levantar aspectos gerais da sustentabilidade possíveis, diante a mudança de atitude que devemos ter com relação ao nosso meio ambiente, assim, pensar em sustentabilidade é pensar em uma melhor relação com nosso planeta e com nos mesmos.
Arquiteto Claudio Lorenzetti
http://www.cndarquitetura.com.br/ claudio.lorenzetti@cndarquitetura.com.br
Fontes:
- Newsletter engenharia arquitetura.
- Artigo de Fernando Bussoloti.
- Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para construção civil – BH.
- Escopo de referencia em Gerenciamento de obras Sustentáveis e Bioarquitetura – CND Arquitetura e Engenharia Ltda.
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